1.3.08

inéditos XI

Poesia do Olhar
para Sérgio Fonseca e os 443 anos deste Rio de Janeiro

Uma cidade se faz bela
pelos seus poetas.

Estes seres invisíveis
que a atravessam durante o dia ou a noite
e paralizam os momentos mais singelos
do nascer do sol ao anoitecer.

É preciso andar por aí
deixando a cidade
penetrar por dentro de si.

E sem vergonha
sacar a caneta
a máquina fotográfica
o violão.

e arriscar o poema
a fotografia, a canção.

Esquecer do tempo
entre Boêmias no Rio Minho
saboreando os quitutes de nossa baía
e usar a grana do mercado
apenas para mais uma bela foto
em seus vitrais espelhados.

De dentro do carro,
do alto dos mirantes,
ou no meio da avenida,
eternizar a poesia.

Depois é preciso celebrar.
Compartilhar a beleza da cidade
com a humanidade apressada
pedindo calma sem dizer uma só palavra.

Calma para ser feliz.

Para admirar este monumento
feito de matas, montanhas, areias, mar
e gente herdeira da simpatia e do fazer sorrir
de nossos ancestrais tupi-guaranis.

(Rodolfo Muanis, 1º de março de 2007)

Este é dedicado ao nosso querido Rio de Janeiro e ao amigo Sérgio Fonseca que em seu www.papeldepao.com.br também rendeu belíssima homenagem à cidade.