10.6.08

poemas que dormem na estante XIX

Poemas de Amor

amor, que teço com teu fio? que traço
com teu raio, um risco, uma rosácea?
Rampante alfanje mandala que desfaço
e refaço num maio que me abala
a mente
amante
que constrange enlaço

***

amor. palavra gasta. arrisco
nos teus fios deixar-me
no teu charme no labirinto
do teu risco no sabor
da palavra gasta amor
nesse absinto tonto
de meu canto.

***

amor. os maios já se foram, ficam
figos ainda por colher. ficam
nas folhas luzindo os pirilampos
ardem em cio os campos
abrindo-se à raiz.

Ivo Barroso no livro A Caça Virtual, pág. 45, Editora Record.