3.2.08

Poesia de Bloco - parte II

Detalhe à parte do Carnaval de Rua do Rio, o Carnaval dos Blocos, é a irreverência dos sambas enredos de cada um eles, uns brincam com a cidade, com a política, com os acontecimentos marcantes dos últimos tempos, ou até negam tudo isso, e brincam com a própria brincadeira.

Abaixo temos bons exemplos desta irreverência, primeiro o samba do Cutucanoatrás de 2008, depois um dos dois sambas que puxaram o Barbas este ano.

Nossa Samba é de Raiz
(Cutucanoatrás 2008)
http://www.cutucanoatras.com.br

Aipim mandioca é
Rabanete não dá no pé 2X

Do Leme sai o Cutucano Atrás
Cambaleando, indo no rumo do bar (do bar)
E a galera veio por que quis
Prestigiar nosso Samba de Raiz ÔôÔô

Quando enterrou
Sua semente que será tuberculô (culô)
A loira é morena, eu já sabia
Se fosse ela, a raiz eu pintaria

Sua batata tá assando
A gabiroba vou quebrar
Se a muda já é planta
Quem sabe um dia ela possa falar 2X

Fui à feira
Provar o nabo de Iaiá
Macaxeira
Fuma e bebe sem parar
Prateleiras
Do hortifruti vou me esbaldar

Cutucano, ninho do samba
Cenoura faz bem pra visão
Coelho míope não tem não
Da escola levei quase nada
De quatro, dois é raiz
Sou Cutucano, sou feliz


Bloco do Barbas - Samba 1 (2008)
Autores: Noca da Portela, Chico Salles, Roberto Medronho e Roberto Serrão

Vem comigo, quem quiser
Seja homem, ou mulher
A alegria é geral, é!
No barbas nesse carnaval

Aqui não tem apagão
Com o meu chope na mão
Estou ligado nesse avião
Eu trago a ginga no pé
E no meu samba a fé
Está em festa o meu coração
Carnaval, verão e liberdade
É um banho de felicidade

Um outro beijo, eu quero
Um outro aperto, eu dou
E nesse amasso, espero
Provar do seu sabor

Vem...