3.2.08

Poesia de Bloco - parte I

Tudo (re)começou quando os cariocas perceberam que já não fazia sentido viajar no carnaval com o trânsito cada vez mais caótico nas estradas, principalmente para a Região dos Lagos, tradicional fuga da maioria das famílias nesta época; e que também era inviável ficar curtindo carnaval de turista na Apoteose pagando uma grana abusrda por uma fantasia. A solução foi literalmente colocar o bloco na rua.

E assim foram surgindo surdos, caixas, repiques, tamborins, compositores fazendo samba, amigos se reunindo em bares e esquinas. O povo foi ficando pelo Rio, criando um carnaval de rua democrático, sem exclusão, sem cordões etc. A coisa cresceu tanto que o Carnaval de Rua do Rio, ou o Carnaval dos Blocos como alguns preferem, hoje atrai gente do mundo inteiro e muitos brasileiros de outros estados que vêm participar com muita alegria desta festa gratuita que tem a alma e o espírito do carioca.

E como eu também não poderia ficar de fora desta festa, tenho batucado meu tamborim pelos blocos da cidade. No pré-carnaval abri os trabalhos completando a bateria do Cutucanoatrás no primeiro sábado antes do carnaval. Já neste sábado de carnaval toquei no Barbas em Botafogo, Domingo no Que Merda é Essa? em Ipanema, amanhã (segunda) toco no Bloco de Segunda na Cobal do Humaitá e na terça encerro os trabalhos tocando no Bloco Vagalume no Horto-Jardim Botânico que subirá a Rua Pacheco Leão.

Quem não gosta de samba, bom sujeito não é, já diz o ditado. Então apareça.